Há algum tempo o termo BULLYING começou a
fazer parte de nossas conversas de educadores. Talvez alguns tenham se lembrado
dos apelidos perversos, outros de nunca terem participado de uma partida de
baleado. Outros ainda se lembraram de que os tempos de escola ou numa
determinada escola merecem ser esquecidos. E quantos não suportaram a violência
e fugiram da escola?
O bullying não está apenas nos filmes
americanos, embora eles nos fazem parecer que a violência nas escolas é normal.
Aliás foi num filme infantil que vi, pela primeira vez uma situação de bullyng.
Na vida real, vi meu sobrinho de apenas 09
anos e estudando em uma escola de classe média, vivenciar cenas de violência moral
e física.
Em 2011, numa classe de 4º ano do ensino fundamental, todas as vezes que
o professor se ausentava era motivo de gozações dos colegas. No intervalo e nas
atividades era isolado pela turma. A criança foi mudando de comportamento e ao
buscar respostas, a família descobriu o que vinha ocorrendo, através do relato de
outra criança da mesma turma. A escola foi procurada e as coisas pareciam ter
melhorado.
No início deste ano, meu sobrinho
participou de uma brincadeira com seus colegas de turma. Segundo ele, a
brincadeira consistia em chutar uma garrafa pet, de um para o outro dentro de
um quadrado, quem deixasse a garrafa sair do quadrado seria espancado pelos
colegas. Quando meu sobrinho foi chutar para o colega este deixou de propósito
a garrafa sair. Como foi o ultimo a tocar na garrafa, meu sobrinho começou a
levar chutes e socos de todos os colegas, caiu e continuou levando chutes. Teve
um dente arrancado e começou a sangrar muito. Os colegas só pararam de bater
quando viram o sangue. E onde isto aconteceu? No pátio da escola durante o intervalo.
Na escola a criança relatou que tinha sido
uma brincadeira, que seu dente já estava mole. E a escola ficou satisfeita com
a explicação.
Precisamos lutar contra esta violência e
descobrir meios para que as crianças que estão se preparando para ser monstros aprendam
ser gente.
DIGA NÃO
AO BULLYING!
Erika Campos
Erika Campos
Pesquisando: O QUE É BULLYING?
Bullying é um
termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de
atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que
ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos,
causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa
sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro
de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias:
a) bullying direto,
que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma
mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento
social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças
ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios
de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo
ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais
como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local
de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a
ocorrência do bullying entre seus alunos; ou
desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão
geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é
mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados
para humilhar os colegas.
As
pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a
violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do
agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying,
o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados
negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
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