segunda-feira, 17 de março de 2014

E o Menino?




No início dos anos 90, eu fui passar férias na casa de minha madrinha em Santo Antônio do Jacinto, na fazenda de seu Virgílio.

Eu sempre passava as  férias lá, meu pai tinha um pequeno laticínio que a gente chamava de posto de queijo, com  o falecimento de meu pai o posto foi desativado, e  naquele ano, no lugar do posto havia  sido criado,  uma escola para as crianças das fazendas circunvizinhas, a filha de minha madrinha estava estudando lá.

Embora eu estivesse de férias na Bahia que o recesso era em junho, no calendário de Minas o recesso era em julho.

Como a filha de minha madrinha ia para a escola, eu não tinha muito com o que me distrair e ficava na janela olhando as crianças que chegavam e saíam da escola. Foi quando eu vi um menino bem bonitinho, fiquei apaixonada. E logo me interessei em ir para a escola.

Com a desculpa de ajudar a professora, lá fui eu. Na escola tinham umas vinte crianças estudando lá. 

Era uma sala multisseriada e a professora se desdobrava passando atividades no quadro, para os que já sabiam “tirar” e nos cadernos para os iniciantes.

No quadro, tinha uma atividade com numerais para que as crianças completassem com os vizinhos (antecessores  e sucessores), não me lembro de tê-la visto dando explicações, apenas copiou a tarefa no quadro e quando as crianças terminaram de copiar no caderno ficaram tentando “adivinhar” o que era para fazer. Como sempre ajudei minha mãe a preparar e a corrigir as atividades dos alunos (minha mãe é professora), fiquei curiosa e perguntei a professora como ela escolhia as atividades para passar para os alunos, então ela me mostrou um caderno de planos de aula com as atividades desenvolvidas e disse: eu sigo as atividades que a outra professora me deu.

Lembro que eu falei com ela que minha mãe explicava a tarefa antes de passar o dever, para que os alunos dessem conta da atividade. Voltei para a casa de minha madrinha pensando em um jeito de ajudá-la.

E o mais interessante é que acabei esquecendo, de que tinha ido na escola só para  olhar aquele menino de camisa amarela, que era uma gracinha. Porque aos 12 ou 13 anos, a gente quer mesmo é paquerar.

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