sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CreScENDO PROFESSORA

CreScENDO  Professora

Muito pequenina, brincava na calçada com as outras crianças: cabra-cega, atirei o pau no gato, guarde meu anelzinho, laço de fita, melancia do vizinho, anjo mal e anjo bem, pular macaco, jogar pedrinha, três, três passará, lagarta pintada e tantas outras.
Na minha casa a brincadeira continuava entre cadernos, abc´s (tinha um de mais ou menos 10X15 cm, com uma professora de saia preta e cabelo amarrado na capa e outro todo azul com um desenho para cada letra do alfabeto)  e atividades para corrigir.
Minha mãe era professora e muito cedo as escolas faziam parte das minhas brincadeiras. Sempre admirei seu trabalho e o fato de minha casa viver cheia de gente. Era gente conversando, gente comendo pipoca, gente escrevendo, gente fazendo perguntas sobre tantas coisas. E o engaçado que mainha, por ser professora, tinha que ter respostas para tudo.
Fiz o magistério, sem ter nenhuma dúvida sobre meu destino profissional. Queria ser professora, e queria ser professora de uma das escolas que me viram crescer. Quando fui chamada através do  concurso para rede municipal, o nome da escola já estava na ponta da língua. Todavia, as coisas não saíram como eu tinha imaginado. Tive muita dificuldade em lidar com os alunos. Via-me em situações muito complicadas e me faltavam as respostas que o professor deve ter na ponta da língua.
Como faculdade em Eunápolis, ainda era um sonho distante, mudei para Minas Gerais, para o Vale do Aço, fui cursar Pedagogia. Virei a Baiana da turma. Aprendi muito. Aprendi a estudar e a buscar respostas. Aprendi a equilibrar pouco dinheiro. Aprendi a viver longe da minha caminha. Aprendi que a estrada estava só no princípio.
Voltei a Eunápolis. Voltei à escola. Voltei aos percalços da profissão. Busquei a Educação Especial nos desafios da inclusão. Conheci a UESC.  Conheci Itabuna. Conheci a Escola Grapiúna. Descobri-me  esposa, mãe e educadora.
Com os “porquês” de meu filho Gabriel, descobri meu lado mais criança. Na Escola Bezerra de Menezes, o desafio de cuidar e educar na infância. Veio a Educação Infantil. E vieram as Marias Eduardas, Leos, Luans, Kevens, Lucas e tantos anjos na minha vida.
Acolhidas, rodinhas, contação de histórias, cantigas, brinquedos e brincadeiras. Atividades de todas as cores, de todas as formas. Planejamentos, coletivos, formações e pesquisas. Programa Iris, reunião de pais, festinhas de aniversário e tantas coisas mais...
Hoje, Escola Esperança. E com a forte esperança de que amanhã novas histórias  virão.
Por: Erik Ferreira Campos

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