No início dos anos 90, eu fui passar férias na casa de minha
madrinha em Santo Antônio do Jacinto, na fazenda de seu Virgílio.
Eu sempre passava as
férias lá, meu pai tinha um pequeno laticínio que a gente chamava de
posto de queijo, com o falecimento de
meu pai o posto foi desativado, e
naquele ano, no lugar do posto havia
sido criado, uma escola para as
crianças das fazendas circunvizinhas, a filha de minha madrinha estava
estudando lá.
Embora eu estivesse de férias na Bahia que o recesso era em
junho, no calendário de Minas o recesso era em julho.
Como a filha de minha madrinha ia para a escola, eu não
tinha muito com o que me distrair e ficava na janela olhando as crianças que
chegavam e saíam da escola. Foi quando eu vi um menino bem bonitinho, fiquei
apaixonada. E logo me interessei em ir para a escola.
Com a desculpa de ajudar a professora, lá fui eu. Na escola tinham
umas vinte crianças estudando lá.
Era uma sala multisseriada e a professora se
desdobrava passando atividades no quadro, para os que já sabiam “tirar” e nos
cadernos para os iniciantes.
No quadro, tinha uma atividade com numerais para que as
crianças completassem com os vizinhos (antecessores e sucessores), não me lembro de tê-la visto
dando explicações, apenas copiou a tarefa no quadro e quando as crianças
terminaram de copiar no caderno ficaram tentando “adivinhar” o que era para
fazer. Como sempre ajudei minha mãe a preparar e a corrigir as atividades dos
alunos (minha mãe é professora), fiquei curiosa e perguntei a professora como
ela escolhia as atividades para passar para os alunos, então ela me mostrou um
caderno de planos de aula com as atividades desenvolvidas e disse: eu sigo as
atividades que a outra professora me deu.
Lembro que eu falei com ela que minha mãe explicava a tarefa
antes de passar o dever, para que os alunos dessem conta da atividade. Voltei
para a casa de minha madrinha pensando em um jeito de ajudá-la.
E o mais interessante é que acabei esquecendo, de que tinha
ido na escola só para olhar aquele
menino de camisa amarela, que era uma gracinha. Porque aos 12 ou 13 anos, a
gente quer mesmo é paquerar.
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