segunda-feira, 7 de abril de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Palavras Cruzadas com tampinhas
Minha amiga Rízia Rodrigues criou este cartaz com os nomes próprios dos colegas interligados numa cruzadinha. É uma maneira divertida de trabalhar os nomes e possibilita muitas intervenções.
Inspire-se!
sexta-feira, 21 de março de 2014
O GALO QUE CANTAVA PARA O SOL NASCER
Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e
dizia para a bicharada do galinheiro:
-Vou cantar para fazer o sol nascer…
Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e ordenava, definitivo:
-Có-có-ri-có-có… E ficava esperando.
Dali a pouco a bola vermelha começava a aparecer, até que se mostrava toda, acima das montanhas, iluminando tudo.
O galo se voltava, orgulhoso, para os bichos e dizia: Eu não falei?
E todos ficavam biquiabertos e respeitosos ante o poder tão extraordinário conferido ao galo: cantar pra fazer o sol nascer. Ninguém duvidava. Tinha sido sempre assim. Também o galo-pai cantara para fazer o sol nascer, e o galo-avô.
Tal poder extraordinário provocava as mais variadas reações. Primeiro, os próprios galos não estavam de acordo. E isto porque não havia um galo só. Quando a cantoria começava, de madrugada, ela ia se repetindo pelos vales e montanhas. Em cada galinheiro havia um galo que pensava a mesma coisa e julgava todos os outros uns impostores invejosos. Além do que não havia acordo sobre a partitura certa para fazer o sol nascer. Cada um dizia que a única verdadeira era a sua, todas as outras sendo falsificações e heresias. Em cada galinheiro imperava o terror. Os galos jovens tinham de aprender a cantar do jeitinho do galo velho, e se houvesse algum que desafinasse ou trocasse bemóis por sustenidos, era imediatamente punido. Por vezes, a punição era um ano de proibição de cantar. Sendo mais grave o desafino, ameaçava-se com o caldeirão de canja do fazendeiro, fervendo sobre o fogão de lenha.
Depois havia grande ansiedade entre os moradores do galinheiro. E se o galo ficasse rouco? E se esquecesse da partitura? Quem cantaria para fazer nascer o sol? O dia não amanheceria. E por causa disso cuidavam do galo com o maior cuidado. Ele, sabendo disso, sempre ameaçava a bicharada, para ser mais bem tratado ainda.
-Olha que eu enrouqueço! Dizia. E todos se punham a correr, para satisfazer as suas vontades.
Aconteceu, como era inevitável, que certa madrugada o galo perdeu a hora. Não cantou para fazer o sol nascer. E o sol nasceu sem o seu canto. O galo acordou com o rebuliço no galinheiro. Todos falavam ao mesmo tempo.
-O sol nasceu sem o galo… O sol nasceu sem o galo…
O pobre galo não podia acreditar naquilo que os seus olhos viam: a enorme bola vermelha, lá no alto da montanha. Como era possíve1? Teve um ataque de depressão ao descobrir que o seu canto não era tão
poderoso como sempre pensara. E a vergonha era muita.
Os bichos, por seu lado, ficaram felicíssimos. Descobriram que não precisavam do galo para que o sol nascesse. O sol nascia de qualquer forma, com galo ou sem galo. Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.
Até que, numa bela manhã, o galinheiro foi despertado de novo com o canto do galo. Lá estava ele, como sempre, no alto do telhado, peito estufado.
-Está cantando para fazer o sol nascer? Perguntou o peru em meio a uma gargalhada.
-Não, ele respondeu. Antes, quando eu cantava para fazer o sol nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vai nascer. O canto é o mesmo. E eu virei poeta.
-Vou cantar para fazer o sol nascer…
Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e ordenava, definitivo:
-Có-có-ri-có-có… E ficava esperando.
Dali a pouco a bola vermelha começava a aparecer, até que se mostrava toda, acima das montanhas, iluminando tudo.
O galo se voltava, orgulhoso, para os bichos e dizia: Eu não falei?
E todos ficavam biquiabertos e respeitosos ante o poder tão extraordinário conferido ao galo: cantar pra fazer o sol nascer. Ninguém duvidava. Tinha sido sempre assim. Também o galo-pai cantara para fazer o sol nascer, e o galo-avô.
Tal poder extraordinário provocava as mais variadas reações. Primeiro, os próprios galos não estavam de acordo. E isto porque não havia um galo só. Quando a cantoria começava, de madrugada, ela ia se repetindo pelos vales e montanhas. Em cada galinheiro havia um galo que pensava a mesma coisa e julgava todos os outros uns impostores invejosos. Além do que não havia acordo sobre a partitura certa para fazer o sol nascer. Cada um dizia que a única verdadeira era a sua, todas as outras sendo falsificações e heresias. Em cada galinheiro imperava o terror. Os galos jovens tinham de aprender a cantar do jeitinho do galo velho, e se houvesse algum que desafinasse ou trocasse bemóis por sustenidos, era imediatamente punido. Por vezes, a punição era um ano de proibição de cantar. Sendo mais grave o desafino, ameaçava-se com o caldeirão de canja do fazendeiro, fervendo sobre o fogão de lenha.
Depois havia grande ansiedade entre os moradores do galinheiro. E se o galo ficasse rouco? E se esquecesse da partitura? Quem cantaria para fazer nascer o sol? O dia não amanheceria. E por causa disso cuidavam do galo com o maior cuidado. Ele, sabendo disso, sempre ameaçava a bicharada, para ser mais bem tratado ainda.
-Olha que eu enrouqueço! Dizia. E todos se punham a correr, para satisfazer as suas vontades.
Aconteceu, como era inevitável, que certa madrugada o galo perdeu a hora. Não cantou para fazer o sol nascer. E o sol nasceu sem o seu canto. O galo acordou com o rebuliço no galinheiro. Todos falavam ao mesmo tempo.
-O sol nasceu sem o galo… O sol nasceu sem o galo…
O pobre galo não podia acreditar naquilo que os seus olhos viam: a enorme bola vermelha, lá no alto da montanha. Como era possíve1? Teve um ataque de depressão ao descobrir que o seu canto não era tão
poderoso como sempre pensara. E a vergonha era muita.
Os bichos, por seu lado, ficaram felicíssimos. Descobriram que não precisavam do galo para que o sol nascesse. O sol nascia de qualquer forma, com galo ou sem galo. Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.
Até que, numa bela manhã, o galinheiro foi despertado de novo com o canto do galo. Lá estava ele, como sempre, no alto do telhado, peito estufado.
-Está cantando para fazer o sol nascer? Perguntou o peru em meio a uma gargalhada.
-Não, ele respondeu. Antes, quando eu cantava para fazer o sol nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vai nascer. O canto é o mesmo. E eu virei poeta.
segunda-feira, 17 de março de 2014
E o Menino?
No início dos anos 90, eu fui passar férias na casa de minha
madrinha em Santo Antônio do Jacinto, na fazenda de seu Virgílio.
Eu sempre passava as
férias lá, meu pai tinha um pequeno laticínio que a gente chamava de
posto de queijo, com o falecimento de
meu pai o posto foi desativado, e
naquele ano, no lugar do posto havia
sido criado, uma escola para as
crianças das fazendas circunvizinhas, a filha de minha madrinha estava
estudando lá.
Embora eu estivesse de férias na Bahia que o recesso era em
junho, no calendário de Minas o recesso era em julho.
Como a filha de minha madrinha ia para a escola, eu não
tinha muito com o que me distrair e ficava na janela olhando as crianças que
chegavam e saíam da escola. Foi quando eu vi um menino bem bonitinho, fiquei
apaixonada. E logo me interessei em ir para a escola.
Com a desculpa de ajudar a professora, lá fui eu. Na escola tinham
umas vinte crianças estudando lá.
Era uma sala multisseriada e a professora se
desdobrava passando atividades no quadro, para os que já sabiam “tirar” e nos
cadernos para os iniciantes.
No quadro, tinha uma atividade com numerais para que as
crianças completassem com os vizinhos (antecessores e sucessores), não me lembro de tê-la visto
dando explicações, apenas copiou a tarefa no quadro e quando as crianças
terminaram de copiar no caderno ficaram tentando “adivinhar” o que era para
fazer. Como sempre ajudei minha mãe a preparar e a corrigir as atividades dos
alunos (minha mãe é professora), fiquei curiosa e perguntei a professora como
ela escolhia as atividades para passar para os alunos, então ela me mostrou um
caderno de planos de aula com as atividades desenvolvidas e disse: eu sigo as
atividades que a outra professora me deu.
Lembro que eu falei com ela que minha mãe explicava a tarefa
antes de passar o dever, para que os alunos dessem conta da atividade. Voltei
para a casa de minha madrinha pensando em um jeito de ajudá-la.
E o mais interessante é que acabei esquecendo, de que tinha
ido na escola só para olhar aquele
menino de camisa amarela, que era uma gracinha. Porque aos 12 ou 13 anos, a
gente quer mesmo é paquerar.
sexta-feira, 14 de março de 2014
Curso de inglês on-line grátis
Olá Colegas, esta semana conheci o Alex, formando em química e estagiário do Projeto Mão Na Massa em convênio com a UESC.
Ele me deu uma dica superbacana e eu quero compartilhar com vocês:
My English Online – MEO, curso de inglês online do Programa Inglês sem
Fronteiras. Uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
destinado aos alunos de graduação e pós-graduação, de instituições de
ensino superior públicas e privadas brasileiras.
Aproveitem!
quinta-feira, 13 de março de 2014
Minha primeira experiencia escolar
A Escolinha
Minha mãe conta que desde
pequenina eu já queria estudar, só que no final dos anos 70, onde eu morava não
havia instituições de Educação Infantil ou, ao menos, não eram populares na
época. O que existiam eram escolas improvisadas, em galpões ou garagens, com
bancos e carteiras inadequadas e algumas
outras peculiaridades.
Eu estudava na escola de uma jovem de 15 anos, aproximadamente. A escolinha funcionava em um cômodo da casa da mãe dela. Uma casa humilde construída em parte de alvenaria e madeira, numa rua sem calçamento.
Lembro que a gente chegava, subia uma escadinha no barranco e entrava na sala da casa. Lá havia um sofá, forrado com um lençol e na parede enfrente, um quadro com a ilustração de um menino em pé, vestido com roupas brancas e de um homem crucificado, com umas letras escritas numa placa na parte superior da cruz. Curiosa, perguntei a outra criança, o porquê daquela cena ela me explicou que Jesus tinha que sofrer mas como ele era muito pequenos, os pais dele pediram que esperassem ele crescer, por isso, quando ele cresceu, pregaram ele na cruz. Considero relevante pontuar que todos os dias eu sentava e ficava olhando o quando e pensando na explicação e até formulando maneiras para que Jesus pudesse ter fugido daquele destino.
Eu, meio que participava da vida da família da professora. Lembro que um dia cheguei para estudar e presenciei uma surra de sapatadas que a mãe da professora dava no filho mais novo.
Eu sempre entrava na escola passando pela casa. Subia a escada, entrava na sala, passava por um corredor com um quarto à direita, passava pela cozinha e dava de frente com um quarto de madeira, virava à direita e saía para o quintal. No quintal havia um banheiro, várias plantas, uma bacia enchendo de água numa torneira mais baixa. O quintal estava sempre molhado eu atravessava para a escola sobre uma pontezinha improvisa com uma tábua de madeira.
Da rotina da escola, lembro muito
pouco. Éramos umas 10 crianças. Sentávamos em um banco de madeira comprido, um
ao lado do outro. A professora sentava em uma mesa à frente, e na mesa tinha uma palmatória enorme.
Eu estudava com um ABC pequeno, acho que 10X15 cm, porque era mais ou menos o tamanho de uma fotografia. Eu comprei o ABC no mercadinho enfrente à praça, lá no Zé Bundinha (ele odiava o apelido). Na capa havia a ilustração uma professora com cabelos presos e saia preta, que apontava as letras A B C, escritas num o quadro negro. Era impresso apenas com letras pretas num papel amarelado. Continha o alfabeto maiúsculo, minúsculo, vogais, consoantes, sílabas simples e, depois, sílabas complexas. Lembro que eu dava a lição de forma corrida e também salteada. Para fazer a forma salteada a professora utilizava um papel com um buraquinho no meio o qual só permitia ver uma letra pó vez, assim a gente não podia colar olhando as letras que vinha antes ou depois.
Quanto aos colegas, não me lembro bem, apenas me recordo de um garoto negro, maior da turma, que na hora da lição sempre
caia na palmatória. A professora dizia que eu era inteligente, e acho que eu não levava muitos bolos, entretanto devia levar um, de vez em quando, porque me lembro de
arrancar fios de cabelo e coloca-los na palma da mão. É que existia uma
conversa de que se a palmatória batesse numa mão que tivesse um fio de cabelo
na palma, esta se partiria ao meio. Parece que era só conversa, porque nunca vi nenhuma se partindo.
quarta-feira, 12 de março de 2014
O caminho de minha vida
Ultimamente, tenho pensado sobre algo muito importante, sobre minha vida e sobre o que me constitue.
Como me constitui mulher, profissional, mãe, esposa, dona de casa, pessoa...
A vida é feita de escolhas, como no poema de Içami Tiba, a gente abre uma porta e se depara com inúmeras novas portas. E vamos assim... vamos vivendo... conhecendo... nos aventurando... nos formando.
Há alguns anos eu dizia que vivia como um barco à vela no oceano, seguindo os rumos dos ventos. Mas eu aprendi a controlar as velas e a usar o vendo ao meu favor em alguns momentos, a perder o controle em outros, a retomar... São minhas escolhas, e até quando eu não escolho, estou escolhendo.
Eu escolho desde sempre, escolho pelo desafio, pela necessidade, escolho não escolher, ouso, recuo, tenho medo... me inquieto... enfrento.
Agora, abro uma nova porta. Neste momento opto por revirar o baú de minhas memórias, o reviver de histórias que até agora só existiam dentro de mim.
O embarque começou!
Como me constitui mulher, profissional, mãe, esposa, dona de casa, pessoa...
A vida é feita de escolhas, como no poema de Içami Tiba, a gente abre uma porta e se depara com inúmeras novas portas. E vamos assim... vamos vivendo... conhecendo... nos aventurando... nos formando.
Há alguns anos eu dizia que vivia como um barco à vela no oceano, seguindo os rumos dos ventos. Mas eu aprendi a controlar as velas e a usar o vendo ao meu favor em alguns momentos, a perder o controle em outros, a retomar... São minhas escolhas, e até quando eu não escolho, estou escolhendo.
Eu escolho desde sempre, escolho pelo desafio, pela necessidade, escolho não escolher, ouso, recuo, tenho medo... me inquieto... enfrento.
Agora, abro uma nova porta. Neste momento opto por revirar o baú de minhas memórias, o reviver de histórias que até agora só existiam dentro de mim.
O embarque começou!
PORTAS - Içami Tiba
PORTAS
Se você abre uma porta,
você pode ou não entrar em uma
nova sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você
vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se
!
Mas, também, tem um preço...
São inúmeras outras portas que você
descobre.
Às vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e
qual porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa, ela propicia erros e
acertos.
Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se
aprende.
Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa, a
cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas.
E a vida
enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem
descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.
Mas a
vida também pode ser dura e severa.
Se você não ultrapassar a porta,
terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação,
é
a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores,
é a
estagnação da vida...
Para a vida, as portas não são obstáculos,
mas
diferentes passagens!
Içami Tiba
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